Segunda-feira, 27 de Junho de 2011
Viajar, num sentido profundo, é morrer. É deixar de ser manjerico à janela do seu quarto e desfazer-se em espanto, em desilusão, em saudade, em cansaço, em movimento, pelo mundo além.
Miguel Torga, Diário (1937)
De Manuel Carlos a 28 de Junho de 2011 às 00:09
Já agora, do mesmo Torga, um texto onde parece ter encontrado a "tábua de ressurreição" para a morte de quem "deixar de ser manjerico à janela do seu quarto" (que imagem linda!).
“O apego das raízes ao chão nativo. Depois de tantas andanças, de tanto sofrimento, de tanto estudo, o cordão umbilical continuava ligado à matriz. Tinha, realmente, uma paisagem, um meio, um sítio geográfico vital gravado nos cromossomas! O corpo podia correr todos os caminhos do mundo, e o espírito voar em todas as direcções. Aonde chegassem, denunciariam sempre a marca da origem, a singularidade inconfundível, espécie de sabor à terra de proveniência, como o dos frutos.”
TORGA, Miguel - A Criação do Mundo, 1984, p. 246
De Anónimo a 28 de Junho de 2011 às 15:27
Comentário apagado.
De Manuel Carlos a 28 de Junho de 2011 às 20:20
Muito lindo este comentário! Adorei a introdução e gosto muito da citação.
De KB a 28 de Junho de 2011 às 20:50
Viajemos, pois.
De Anamar a 28 de Junho de 2011 às 22:51
bonito! Gostei de os ler.
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