Segunda-feira, 14 de Novembro de 2011

Preenchendo o descanso activo, caminho pela arte. Paro em Magritte. Isto não é um cachimbo? Não, não é, diz o pintor belga surrealista. Claro, um cachimbo de verdade é um objecto que serve para fumar. Com esta imagem a acção é impossível. A questão não é simples, parte da relação entre a representação e o que ela representa. De repente, vejo que o problema é antigo. Moisés proibiu o seu povo de adorar ídolos, porque nenhuma representação  de Deus é Deus. 



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Domingo, 13 de Novembro de 2011

Só quero lembrar
se o tempo for todo meu.

Só anseio lembrança
se não houver passado.

Bruma e espuma,
apagam o tempo em que não amei.

E eu amei
para ser tudo, todos, sempre.

Para te visitar
esquecerei a terra
e apagarei as estrelas.

E irei pelos teus olhos,
até o mundo voltar a ter princípio.

Sou eu, dirás,
E o tempo será lembrado.

Mia Couto. (2011). Tradutor de Chuvas. Lisboa. Caminho, pg. 102.



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Sábado, 12 de Novembro de 2011

 

Recordo ainda... e nada mais me importa...
Aqueles dias de uma luz tão mansa
Que me deixavam, sempre, de lembrança,
Algum brinquedo novo à minha porta...

Mas veio um vento de Desesperança
Soprando cinzas pela noite morta!
E eu pendurei na galharia torta
Todos os meus brinquedos de criança...

Estrada afora após segui... Mas, aí,
Embora idade e senso eu aparente
Não vos iludais o velho que aqui vai:

Eu quero os meus brinquedos novamente!
Sou um pobre menino... acreditai!...
Que envelheceu, um dia, de repente!...

Mario Quintana




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Sexta-feira, 11 de Novembro de 2011


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Quarta-feira, 9 de Novembro de 2011



publicado por omeuinstante às 20:30 | link do post

Chamo-te porque tudo está ainda no princípio
E suportar é o tempo mais comprido.

Peço-te que venhas e me dês a liberdade,
Que um só de Teus olhares me purifique e acabe.

Há muitas coisas que não quero ver.

Peço-te que sejas o presente.
Peço-te que inundes tudo.
E que o Teu reino antes do tempo venha
E se derrame sobre a Terra
Em Primavera feroz precipitado.

Sophia de Mello Breyner Andresen



publicado por omeuinstante às 14:01 | link do post

Daniel Dennett, filósofo norte-americano contemporâneo, é conhecido pelas suas investigações em filosofia da mente, filosofia do conhecimento e filosofia da biologia.

Através duma escrita precisa e clara torna acessível o conhecimento à generalidade dos leitores, ultrapassando o hermetismo que encontramos em outros. 

A Ideia Perigosa de Darwin é um bom exemplo. Há medida que avançamos na leitura, dificilmente escapamos à perigosa ideia que é Darwin. 
 

Se tivesse de atribuir um prémio à melhor ideia de sempre, o vencedor seria Darwin, à frente de Newton, de Einstein e de todos os demais.

 

Um livro que interroga as nossas crenças fundamentais. A ler com atenção.

  




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Terça-feira, 8 de Novembro de 2011

Um dia de chuva é tão belo como um dia de sol. 
Ambos existem; cada um como é. 


Alberto Caeiro



publicado por omeuinstante às 17:30 | link do post

Segunda-feira, 7 de Novembro de 2011

E assim se esvai a democracia.

 



publicado por omeuinstante às 12:50 | link do post

É comum apresentar duas vertentes do discurso racional: o demonstrativo e o argumentativo.

O discurso lógico-demonstrativo foi ao longo dos tempos o modelo de racionalidade e de descoberta da verdade. Neste tipo de racionalidade, raciocinar significa demonstrar e calcular. É uma visão restrita da razão humana já que esta é também lógica informal- argumentação.

A racionalidade inerente à argumentação é mais alargada dando conta das situações concretas da vida do homem. É neste contexto que nasce a retórica e o direito, e os vários domínios onde o homem sente necessidade de comunicar com outras pessoas e defender os seus pontos de vista. 

É no tipo de linguagem utilizada e na natureza das conclusões apresentadas que reside a principal distinção entre estes dois tipos de discurso.

Duma forma ou de outra, a racionalidade dos indivíduos é mediada pela linguagem.

 

 (M. Foucault)


 



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Domingo, 6 de Novembro de 2011

Teresa Batista Cansada de Guerra é um romance escrito por Jorge Amado em 1972. Conta a história  de Teresa que depois de muitas aventuras vividas nos caminhos da prostituição e cansada de guerra, foge, no dia do seu casamento sem amor, com Januário Gereba.
É um romance com forte inclinação política, escrito no auge da ditadura militar mas, igualmente, de profundo erotismo. Jorge Amado salpica a narrativa com descrições violentas e cruéis quando relata as atrocidades do pedófilo capitão Justiniano Duarte da Rosa- capitão justo-, cuja predilecção por adolescentes virgens era conhecida em todo o Sertão. 

lembro-me do choque sentido com a leitura desta obra na minha adolescência. Permanece na memória esta Teresa, uma das grandes personagens do escritor Jorge Amado. 
A minha edição, da Publicações Europa-América.

 



publicado por omeuinstante às 17:08 | link do post

Ó sino da minha aldeia, 
Dolente na tarde calma, 
Cada tua badalada 
Soa dentro da minha alma.

 

E é tão lento o teu soar, 
Tão como triste da vida, 
Que já a primeira pancada 
Tem o som de repetida.

 

Por mais que me tanjas perto 
Quando passo, sempre errante, 
És para mim como um sonho, 
Soas-me na alma distante.

 

A cada pancada tua, 
Vibrante no céu aberto, 
Sinto mais longe o passado, 
Sinto a saudade mais perto.

Fernando Pessoa, Revista Renascença, 1914 

 

Pequena capela, na fachada externa da Mesquita-catedral de Córdoba.
(Agosto de 2011)



publicado por omeuinstante às 16:06 | link do post

Sábado, 5 de Novembro de 2011

A vida é um caminho aberto. A vontade, paixão, criação e alguma loucura, são meios de construção. Lembrei-me de Nietzsche.

 



publicado por omeuinstante às 17:50 | link do post

Sexta-feira, 4 de Novembro de 2011

Para encontrar a esperança é necessário ir além do desespero. Quando chegamos ao fim da noite, encontramos a aurora.



publicado por omeuinstante às 15:00 | link do post

- Eu amo o mundo! Eu detesto o mundo! Eu creio em Deus! Deus é um absurdo! Eu vou me matar! Eu quero viver! 

- Você é louco? 
- Não, sou poeta.

 

Mario Quintana, Poesia Completa 

 

 

 

 




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Quinta-feira, 3 de Novembro de 2011

Nada podeis contra o amor.
Contra a cor da folhagem,
contra a carícia da espuma,
... contra a luz, nada podeis.

Podeis dar-nos a morte,
a mais vil, isso podeis
- e é tão pouco.

Eugénio de Andrade



publicado por omeuinstante às 09:00 | link do post

Quarta-feira, 2 de Novembro de 2011



publicado por omeuinstante às 21:30 | link do post

passeou pelos espelhos dos dias

suas clandestinas alegrias

que mal se reflectiram desertaram

  

Ruy belo, Todos os Poemas I, Assírio & alvim

 



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Terça-feira, 1 de Novembro de 2011

Uma visão que maravilhou o artista, diz-se. 

Em pequenas pinceladas, bucólicas, Monet dá-nos um Outono concentrado de arte e natureza.

Entre as margens, em silêncio e solidão, recolhemos uma geografia de emoções. 
Um momento que permite compreender que na arte a Verdade não é tudo; a arte é desvelamento da verdade do artista.

 

A famosa ponte japonesa, retratada por Monet em 45 obras.



publicado por omeuinstante às 17:26 | link do post

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Sem a música, a vida seria um erro. Nietzsche
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