Quarta-feira, 14 de Março de 2012

De momento viva apenas as suas interrogações. Talvez que, simplesmente vivendo-as, acabe um dia por penetrar insensivelmente nas respostas.

 

Rainer Maria Rilke, Cartas a um jovem poeta, Contexto, pág. 41



publicado por omeuinstante às 00:33 | link do post

Domingo, 11 de Março de 2012

Tão cedo passa tudo quanto passa!

Ricardo Reis, Odes



publicado por omeuinstante às 21:40 | link do post

Combinação de sensações:


A flor

bem de amor
é o lírio;

tem mel no aroma, - dor

na cor

o lírio.

Almeida Garrett

 



publicado por omeuinstante às 09:00 | link do post

Sexta-feira, 9 de Março de 2012

-  De modo que isto está cada vez pior.

- Medonho! É de um reles, postiço! Sobretudo postiço! Já não há nada genuíno neste miserável país, nem mesmo o pão que comemos!

Eça de Queiroz, Os Maias 



publicado por omeuinstante às 22:27 | link do post

Pelas aves que voam no olhar de uma criança,
Pela limpeza do vento, pelos actos de pureza,
Pela alegria, pelo vinho, pela música, pela dança,
pela branda melodia do rumor dos regatos,
Pelo fulgor do estio, pelo azul do claro dia,
Pelas flores que esmaltam os campos, pelo sossego,
dos pastos,
Pela exactidão das rosas, pela Sabedoria,
Pelas pérolas que gotejam dos olhos dos amantes,
Pelos prodígios que são verdadeiros nos sonhos,
Pelo amor, pela liberdade, pelas coisas radiantes,
Pelos aromas maduros de suaves outonos,
Pela futura manhã dos grandes transparentes,
Pelas entranhas maternas e fecundas da terra,
Pelas lágrimas das mães a quem nuvens sangrentas
Arrebatam os filhos para a torpeza da guerra,
Eu te conjuro ó paz, eu te invoco ó benigna
Ó Santa, ó talismã contra a indústria feroz,
Com tuas mãos que abatem as bandeiras da ira,
Com o teu esconjuro da bomba e do algoz,
Abre as portas da História,
deixa passar a Vida!

Natália Correia, in O Sol nas Noites e o Luar nos Dias



publicado por omeuinstante às 09:00 | link do post

Quinta-feira, 8 de Março de 2012

Este dia, como qualquer outro, é do homem e da mulher. Apesar disso, visto a minha identidade com a pele da Nina. Coisas de mulheres!

Não tenho mãe, não tenho cultura
Não tenho amigos, não tenho escolaridade
Não tenho nome, não tenho amor
Não tenho passagem, não tenho ficha telefônica
Não tenho Deus

 

O que eu tenho?

Tenho meu cabelo, tenho minha cabeça
Tenho meu cérebro, tenho minhas orelhas
Tenho meus olhos, tenho meu nariz
Tenho minha boca, tenho meu sorriso

Tenho minha língua, tenho meu queixo
Tenho meu pescoço, tenho meus seios
Tenho meu coração, tenho minha alma
Tenho minhas costas, tenho meu sexo
Tenho vida,

tenho a minha liberdade!
 



publicado por omeuinstante às 18:26 | link do post

Quarta-feira, 7 de Março de 2012

É no teatro do imaginário que se dá o encontro do eu consigo mesmo. A este instante chamo Tempo.



publicado por omeuinstante às 16:10 | link do post

Segunda-feira, 5 de Março de 2012

Sobre o paradoxo do elemento religioso no mundo contemporâneo:


(...) O homem a-religioso no estado puro é um fenómeno muito raro, mesmo na mais dessacralizada das sociedades modernas. A maioria dos "sem-religião" ainda se comporta religiosamente, se bem que não esteja consciente deste facto.

Mircea Eliade, O Sagrado e o Profano 



publicado por omeuinstante às 23:47 | link do post

Sexta-feira, 2 de Março de 2012


publicado por omeuinstante às 20:20 | link do post

A erva é sempre mais verde do outro lado do monte.



publicado por omeuinstante às 09:00 | link do post

Quinta-feira, 1 de Março de 2012

Cláudia S. Tomazi oferece-nos esta belíssima resposta poética a propósito do post Negro, publicado hoje. Intertextualidades que nos consolam.

Ah, como é linda
então a sinta 
é a arte branca
a da esperança

Ah, como é colorida
e destemida
a arte-íris

veja, como renova
inventa e amplia
toda arte, cria! 



publicado por omeuinstante às 21:38 | link do post

Só hoje vi o filme Mãe e Filho, do realizador russo Alexander Sokurov. É um filme imenso, tecido sobre o último dia de vida de uma mãe que recebe o carinho comovente e infinito do seu filho adulto.
As personagens principais? O Amor, os elementos e os sons da natureza, uma borboleta..., a fragilidade da força da existência humana.

Senti, profundamente, o entrelaçamento dos corpos presentes, como que querendo ser um só, no nascer e no morrer, numa espécie de eterno retorno sobre o amor cósmico.
O realizador fecha a narrativa com a morte da mãe e com o sentido profundo do desamparo essencial do filho; e com a consciência de ambos sobre a separação fundante e radical dos ser humano enquanto existente.

Um filme tristemente belo e verdadeiro sobre os caminhos da solidão da alma humana, apesar do amor. Uma experiência que nos ensina que no amor não há pressa, nem propósito. 

Se, como entenderam os gregos, a função real da arte é exprimir sentimentos e transmitir compreensão, então estamos na presença da obra de arte. 
Dorme um pouco, mãe, diz o filho. Eu volto já. 




publicado por omeuinstante às 20:21 | link do post

A realidade é concebida ao mesmo tempo que o olhar.

Goethe



publicado por omeuinstante às 19:16 | link do post

Nos nossos dias, arte
radical significa arte sombria,
negra como a cor fundamental
Theodor W. Adorno

 

 

 



publicado por omeuinstante às 12:12 | link do post

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Sem a música, a vida seria um erro. Nietzsche
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