Mas não estaremos nós a viver numa redoma, em círculo fechado, ignorando ou querendo ignorar a indiferença, o egoísmo, a estupidez de uma maioria narcotizada?
(Lisboa, 6 de Dezembro de 1923 - Lisboa, 9 de Agosto de 2013)
Portugal é uma República soberana, baseada na dignidade da pessoa humana e na vontade popular e empenhada na construção de uma sociedade livre, justa e solidária.
XI
Olhos postos na terra, tu virás
no ritmo da própria primavera,
e como as flores e os animais
abrirás nas mãos de quem te espera.
Eugénio de Andrade, As Mãos e Os Frutos, Limiar, p. 41
(Póvoa de Atalaia, 19 de Janeiro de 1923 — Porto, 13 de Junho de 2005)
A Gradiva começa bem o ano
«Linguagem e Silêncio - ensaios sobre a literatura, a linguagem e o inumano», de George Steiner
«Como considerar o poder e a utilidade da linguagem sabendo-se como foi usada para transmitir as falsidades mais ignominiosas nos regimes totalitários, ou serviu a demagogia repelente nas nossas democracias de consumo de massas? Como irá a linguagem reagir à exigência, cada vez mais premente, de um discurso preciso como a matemática e a notação simbólica? Estaremos a sair de uma era histórica de primazia verbal – a sair do período clássico da expressão escrita – e a entrar numa fase de linguagem decadente, de formas «pós-linguísticas» e talvez mesmo de silêncio parcial? Estas são algumas das questões fulcrais, em cada dia mais gritantes, que Steiner aborda neste livro, na sua prosa elegante e com a sensibilidade, a inteligência, a argúcia, a singularidade que todos lhe reconhecem.
“Uma análise extraordinariamente inteligente, brilhante, um desafio à reflexão, sobre as condições estranhas que a escrita moderna criou a si própria [...]. Poucos, muito poucos, escritores actuais têm tanto que valha a pena dizer sobre a produção escrita actual como este autor”, Joseph G. Harrison
Uns minutos com o sociólogo polonês Bauman:
Qual a diferença entre comunidade e rede?
A comunidade precede você. Você nasce em uma comunidade. De outro lado temos a rede, o que é uma rede? Ao contrário da comunidade, a rede é feita e mantida viva por duas atividades diferentes: conectar e desconectar.
Eu penso que a atratividade desse novo tipo de amizade, o tipo de amizade de facebook, como eu a chamo, está exatamente aí: que é tão fácil de desconectar. É fácil conectar e fazer amigos, mas o maior atrativo é a facilidade de se desconectar.
Imagine que o que você tem não são amigos online, conexões online, compartilhamento online, mas conexões off-line, conexões reais, frente a frente, corpo a corpo, olho no olho. Assim, romper relações é sempre um evento muito traumático, você tem que encontrar desculpas, tem que se explicar, tem que mentir com frequência, e, mesmo assim, você não se sente seguro, porque seu parceiro diz que você não têm direitos, que você é sujo etc., é difícil.
Na internet é tão fácil, você só pressiona "delete" e pronto, em vez de 500 amigos, você terá 499, mas isso será apenas temporário, porque amanhã você terá outros 500, e isso mina os laços humanos.
Há uns meses assisti à estreia deste excelente documentário de promoção da cidade de Lisboa. As imagens do documentário, belíssimas, foram realizadas por Lourdes Picareta e serão exibidas nos canais 1 da Televisão Alemã e no Francês Arte. O vídeo está agora disponível.
A Filipa Prudêncio é protagonista, e o seu desempenho deixa-me muito orgulhosa. Pode vê-la a partir do minuto 33.30.
Inútil discutir estratégia ou táctica
Inútil saber se entre a serra e a cidade
há ligação ou não.
O que importa é o impulso que vem de dentro
subir a uma montanha dentro de si
olhar em volta e dizer:
" Sejamos realistas
exijamos
o impossível."
Manuel Alegre, Che, Caminho, pág. 20
sophia de mello breyner andresen