Somos todos prisioneiros do labirinto do Tempo. Um sufoco, que urge viver. É este o paradoxo de que se alimentam os homens. É esta a aventura humana.
A nossa situação é a de Teseu caminhando às escuras num labirinto a que o fio de nenhum amor conduzirá ao lugar vazio de um Minotauro inexistente. O apocalipse não nos vem do exterior. Somos nós quem o transporta.
Eduardo Lourenço, O Espelho Imaginário
Richard Serra (San Francisco, 1939) está presente no Museu Rainha Sofia.
Através do título acedemos à compreensão da obra. Serra interliga dois acontecimentos históricos: o massacre de civis em Guernica (1937) e o ataque da Força Aérea norte-americana na cidade líbia de Bengasi (1986).
( foto mceuprudencio)
Provérbio flamengo:
" O mundo é como um carro de feno, e cada um colhe o que pode."
Diz-se que este ditado serviu de mote ao quadro "O Carro de Feno", de Bosch, que se encontra no Museu do Prado.
Bosch, O Carro de Feno
( Museu do Prado, Madrid)
O Universo é feito essencialmente de coisa nenhuma.
Intervalos, distâncias, buracos, porosidade etérea.
Espaço vazio, em suma.
O resto, é a matéria.
Daí, que este arrepio,
este chamá-lo e tê-lo, erguê-lo e defrontá-lo,
esta fresta de nada aberta no vazio,
deve ser um intervalo.
António Gedeão
Porque ganhou o Best Student Paper Award (melhor trabalho de investigação de aluno de doutoramento a nível mundial), no URSIGRASS - 2014, a 31ª Assembleia Geral e Simpósio Científico (31st URSI General Assembly and Scientific Symposium) da União Internacional da Rádio Ciência que está a decorrer em Pequim (16 a 23 de Agosto de 2014).
Saudades tuas, querida filha!
Fotos via Skype
Morre, aos 63 anos, o actor Robin Williams (21 de julho de 1951-11 de agosto de 2014).
Ó Capitão! meu Capitão! Finda é a temível jornada,
Vencida cada tormenta, a busca foi laureada.
O porto é ali, os sinos ouvi, exulta o povo inteiro,
Com o olhar na quilha estanque do vaso ousado e austero.
Mas ó coração, coração!
O sangue mancha o navio,
No convés, meu Capitão
Vai caído, morto e frio.
Ó Capitão! meu Capitão! Ergue-te ao dobre dos sinos;
Por ti se agita o pendão e os clarins tocam teus hinos.
Por ti buquês, guirlandas… Multidões as praias lotam,
Teu nome é o que elas clamam; para ti os olhos voltam,
Capitão, querido pai,
Dormes no braço macio…
É meu sonho que ao convés
Vais caído, morto e frio.
Ah! meu Capitão não fala, foi do lábio o sopro expulso,
Meu calor meu pai não sente, já não tem vontade ou pulso.
Da nau ancorada e ilesa, a jornada é concluída.
E lá vem ela em triunfo da viagem antes temida.
Povo, exulta! Sino, dobra!
Mas meu passo é tão sombrio…
No convés meu Capitão
Vai caído, morto e frio.
Walt Whitman
Gerês, 12 de Agosto
Aniversário
Mãe:
Que visita tão pura que me fizeste
Neste dia!
Era a tua memória que sorria
Sobre o meu berço.
Nu e pequeno como me deixaste,
Ia chorar de medo e de abandono.
Então vieste, e outra vez cantaste,
Até que veio o sono.
Miguel Torga, Diário IV, Coimbra (1973), pág 111.
sophia de mello breyner andresen