cadências, que são dobras solidárias.
até dentro da pele.
as aves migram
calmamente. eu
permaneço aqui.
Vasco Graça Moura, Poesia 1963/1995
Ontem, na Academia das Ciências, Filipa Prudêncio recebeu o prémio Professor Abreu Faro (1º edição), atribuído pelo Instituto Superior Técnico.
Parabéns!
Sim, há um país que não esquece. Sim, há um país que quer Humberto Delgado.
Chaves, Maio de 1958. Humberto Delgado em campanha eleitoral.
Imagem encontrada em "Grupo Cidade de Chaves", FB.
(Obrigada, pai, por estares ali tão perto...)
" Ninguém espera da música ou da arquitectura que reproduzam a realidade sonora nem o mundo das formas que podemos ver na natureza. São linguagens, artes da combinação e da composição de signos e de formas. Pode acontecer que a música reproduza instrumentalmente o som de um fenómeno real, como uma tempestade ou o ruído de uma batalha. Assim, "O amor" ou "vento na planície" são o tema de composições de Claude Debussy. Mas não reproduzem esses fenómenos exactamente: transfiguram-nos, evocam-nos, não os imitam. Uma tempestade numa ópera não é uma tempestade, é música.
Por que razão o que é evidente numa arte como a música deixaria de o ser em pintura? Por que não chamamos ao pintor um "compositor" tal como o fazemos com o músico? Estará o pintor vocacionado para copiar o mais exactamente possível o que é dado ao seu olhar? A sucessão de notas músicais não é uma sucessão de ruídos naturais. Por que razão pensar que o que vemos sobre a tela deve ser o que vemos no mundo?"
Hervé Boillot, 50 modèles de dissertations philosophiques. (adaptado)
sophia de mello breyner andresen