Certo! A escola pública de qualidade é a única que garante igualdade de oportunidades.
"Os impostos que pagamos são para manter um ensino público que garanta da melhor forma possível um princípio base das democracias europeias: a igualdade de oportunidades"
"Essa liberdade de escolha de que tanto se fala esbarra com a vontade dos colégios privados e com profundas desigualdades sociais. O Estado teria de superar essa falha privada, abrindo as portas a serviços públicos feitos apenas para os pobres. Resultado? Teríamos de ir até outros continentes menos desenvolvidos para os encontrar. Finalmente, os rankings mostram-nos que escola privada não significa melhor qualidade. Há de tudo. Todas as democracias, sem excepção, se debatem com os mesmos problemas e os vão resolvendo à sua maneira."
"E se parássemos para pensar?" Teresa de Sousa (29/05/2016)
Sob um grande céu pardacento, muma grande planície arenosa, sem caminhos, sem verdura, sem um cardo, sem uma urtiga, encontrei alguns homens que caminhavam curvados.
Cada um deles levava às costas uma enorme Quimera, tão pesada como um saco de farinha, ou de carvão, ou como o equipamento dum soldado romano de infantaria.
Mas a fera monstruosa não era só um peso inerte; pelo contrário, envolvia e oprimia o homem com os seus músculos elásticos e poderosos: agarrava-se, com duas grandes garras, ao peito da sua montadura; e a cabeça fabulosa encimava o frontal do homem, como um daqueles horríveis capacetes com que os antigos guerreiros esperavam aumentar o pavor do inimigo.
Interroguei um desses homens, e quis saber para onde iam assim. Respondeu-me que nada sabia, nem ele, nem os outros; mas que, evidentemente, iam para qualquer parte, pois que eram impelidos por um impulso invencível de caminhar.
Charles Baudelaire, O Spleen de Paris - Pequenos Poemas em Prosa (1991, pág 21), Tradução de António Pinheiro de Guimarães, Relógio d´Água.
Para além da confusão dos dias:
Ah, como é bom estar entre pessoas que lêem.
(Re)visitação. Uma viagem pela Europa do século XX e um encontro com a História, que se faz insistentemente presente. Planos, e rupturas, sobre as migrações, a memória, o amor e a morte. Sobre o Tempo. E muita poesia.
Muito bela a música e a fotografia.
sophia de mello breyner andresen