Porque o bosque é tranquilo,
(como se tivesse sido organizado por
um poeta chinês antigo.) Ramos castanhos
recebem o vento incolor com a alegria
da tela que recebe as mais intensas tintas.
Vento tão lento que parece um provérbio natural. Os instantes existem,
mas parecem recuperáveis. Nem o tempo se perde, ali,
onde nenhum ruído da cidade entra.
Gonçalo M. Tavares, Uma Viagem à Índia, Caminho, p.386
sophia de mello breyner andresen