Caminha devagar:
desse lado o mar sobe ao coração.
Agora entra na casa,
repara no silêncio, é quase branco.
Há muito tempo que ninguém
se demorou a contemplar
os breves instrumentos do verão.
Pelo pátio rasteja ainda
o sol. Canta na sombra
a cal, a voz acidulada.
Eugénio de Andrade in O Peso da Sombra
De
Manuel a 10 de Abril de 2012 às 01:22
Parece-me quem não ouve quem quer a poesia, por mais atento que tenha o seu ouvido. Talvez só a ouça quem deveras a sinta.
De Anónimo a 10 de Abril de 2012 às 16:24
Comentário apagado.
De Manuel a 10 de Abril de 2012 às 16:47
Silêncio que atordoa mais que o som das palavras.
De Rita a 10 de Abril de 2012 às 16:27
Adoro!
"Caminha devagar:
desse lado o mar sobe ao coração.
Agora entra na casa,
repara no silêncio, é quase branco."
Um ensinamento. A reter.
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