Falei de ti com as palavras mais limpas,
viajei, sem que soubesses, no teu interior.
Fiz-me degrau para pisares, mesa para comeres,
tropeçavas em mim e eu era uma sombra
ali posta para não reparares em mim.
Andei pelas praças anunciando o teu nome,
chamei-te barco, flor, incêndio, madrugada.
Em tudo o mais usei da parcimónia
a que me forçava aquele ardor exclusivo.
Hoje os versos são para entenderes.
Reparto contigo um óleo inesgotável
que trouxe escondido aceso na minha lâmpada
brilhando, sem que soubesses, por tudo o que fazias.
Fernando Santiago Mendes de Assis Pacheco
De Cláudia S. Tomazi a 29 de Maio de 2012 às 01:57
Do verso, ardor é fala.
De
Manuel a 29 de Maio de 2012 às 02:02
No próximo dia 21 de Junho, no Monte dos Tambores, Chãs, Foz Côa, durante as cerimónias do Solstício de Verão nos Templos do Sol, haverá a costumada passagem pela pedra do Fernando Assis Pacheco. Dir-se-á poesia, com acompanhamento musical de algum grupo da Região de Trás-os-Montes e Alto Douro. Vale a pena ir, quer pelo fenómeno em si, quer pelo ritual pagão que o acompanha. E ainda por esta singela homenagem aos poetas, na pedra para onde ele subiu quando lá passou pela última vez!
Pedra do Solstício? Mas que belo ritual, poesia, música e a "presença" do Assis Pacheco. E Foz Côa como pano de fundo. Perfeito. Vou estar atenta.
Obrigada pelo comentário. Gostei muito.
Comentar post