Os teus lábios, digo-te, não são doces
Como mel.
(o mel acaba por enjoar)
Mas são doces, os teus lábios, digo-te.
Mas doces como quê?
Ora, doces como eles são.
Doces?
Sim, olha doces como pão
Que todos os dias comemos
Sem fartar.
Rui Knopfli, Obra Poética, Imprensa Nacional-Casa da Moeda (2003), pág 43
sophia de mello breyner andresen