Porque lhes quebrámos as estátuas,
porque os expulsámos dos seus templos,
não morreram, não, os deuses.
A ti, terra da Jónia, ainda eles amam,
e em suas almas sempre te recordam.
Quando a manhã de Agosto é alvorada em ti,
passa em teu ar um ardor dos deuses vivos;
e às vezes uma etérea forma juvenil,
indefinida, em trânsito subtil,
teus montes sobrevoa.
Constantino Cavafy (1863-1933).
Tradução - Jorge de Sena
sophia de mello breyner andresen