Sexta-feira, 15 de Outubro de 2010

Agustina Bessa-luís nasceu em Vila Meã, Amarante, em 15 de Outubro de 1922.

A partir de 1954, com o romance A Sibila, impõe-se na ficção portuguesa através do seu estilo enigmático e labiríntico.

Em 2004, aos 81 anos, recebe o Prémio Camões.

Hoje faz anos!


(...) O aforismo deve ser a última colheita do uso da vida, e não uma impertinência ou uma afronta. Mas acontece que um coração novo encontra na rebelião uma força que se assemelha à sabedoria e que provém do desprendimento das coisas que ele não amou ainda; enquanto que aquele que muito conheceu o mundo, uma vez liberto, encontra-se, além de desamarrado das suas paixões, menos apressado no julgamento. O sábio é o homem que amou tanto a casa em festa como a casa em luto, e o fim e o princípio de todas as coisas.

Alegria do Mundo I - 1996 / II 1998

 

Escrever é isto: comover para desconvocar a angústia e aligeirar o medo, que é sempre experimentado nos povos como uma infusão de laboratório, cada vez mais sofisticada. Eu penso que o escritor com maior sucesso (não de livraria, mas de indignação social profunda) é aquele que protege os homens do medo: por audácia, delírio, fantasia, piedade ou desfiguração. Mas porque a poética precisão de dum acto humano não corresponde totalmente à sua evidência. Ama-se a palavra, usa-se a escrita, despertam-se as coisas do silêncio em que foram criadas. Depois de tudo, escrever é um pouco corrigir a fortuna, que é cega, com um júbilo da Natureza, que é precavida.
Contemplação Carinhosa da Angústia



publicado por omeuinstante às 11:34 | link do post

2 comentários:
De Rita F. a 15 de Outubro de 2010 às 17:01
Grande escritora. A Sibila é inesquecível.


De KB a 15 de Outubro de 2010 às 20:32
Como é que alguém que escreve coisas enigmáticas e labirínticas pode vencer um prémio camões? Querem ver que a génese das nossas contas complicadas remonta aos tempos do Luís.


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Sem a música, a vida seria um erro. Nietzsche
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