Sócrates (470/469-399 a. C), dialogava na praça pública, questionando os homens sobre o seus saberes. Por isso, representou uma forte ameaça ao governo ateniense, pelo qual foi julgado e condenado à morte: por adorar novos deuses e corromper a juventude da Cidade.
Alguns excertos- algo irónicos- da defesa de Sócrates, no tribunal:
Que mereço eu pagar ou sofrer, por não ter aprendido a ficar quieto na vida, descurando aquilo com que as gentes se preocupam: riqueza, propriedades, postos militares, honras públicas e outros lugares de chefia, além de grupos e facções políticas, que continuam a crescer na cidade. (...)
(...) o maior bem que pode haver para um homem é, todos os dias, discorrer sobre a excelência e sobre outros temas acerca dos quais me ouvíeis dialogar, investigando-me a mim e aos outros. (...) uma vida sem pensar não é digna de ser vivida por um homem(...).
(...) fui apanhado em dificuldades, não de palavras, decerto, mas de ousadia e desvergonha e falta de vontade de vos dizer aquelas coisas que mais vos agradaria ouvir. (...) Mas, por estar em perigo, não julguei necessário fazer algo indigno de um homem livre, nem agora me arrependo de me ter defendido assim, pois prefiro morrer com essa defesa a viver com a outra.
Platão, Apologia de Sócrates
sophia de mello breyner andresen