Lola é um filme belíssimo. Os planos narrativos edificam a história, quase documental, de duas avós unidas por uma tragédia, apesar de estarem em lados distintos. Uma é avó de um rapaz que matou um homem durante um assalto e a outra é avó da vítima. Lutam contra o esquecimento dos seus netos, numa cidade consumida por profundas injustiças sociais.
Um filme sobre a determinação da vontade, ainda que encarcerada em corpos frágeis e trespassados pelas tempestades da natureza e da vida.
Neste filme, são os olhos do espectador que dissolvem os dilemas morais mas cansam-se de tanta verdade...
Em Lola, o realizador filipino Brillante Mendoza liberta, pela força da lentidão, um fragmento de realidade.
sophia de mello breyner andresen