Quinta-feira, 31.12.15

 

"E, contudo, somos feitos de tempo, lavrados instante a instante pelos seus instrumentos: conhecemos idades, estações, tempos mensuráveis e incontáveis, formas visíveis e invisíveis de tempo."

 

" Somos o instante que se prolonga. Somos o duro desejo de durar, e isso não é senão tempo, duração. Mas há uma sabedoria do tempo a redescobrir. O tempo não é apenas tempo. O tempo é uma arte (...).

 

 José Tolentino Mendonça (31 de Dezembro de 2015)



publicado por omeuinstante às 18:37 | link do post

Quarta-feira, 16.01.13

Mantinha um fascínio indeciso

uma impressão capaz de proteger

tanto a ordem como a rebeldia

sozinha perante pedidos

agitações e escombros

desligada há muito de motivos

 

José Tolentino Mendonça, Baldios, Assírio & Alvim, pág. 72



publicado por omeuinstante às 22:06 | link do post

Segunda-feira, 20.02.12

como viveremos no esquecimento
se perdemos repentinamente a profundidade dos campos
os enigmas singulares
a claridade que juramos conservar.
mas levamos anos a esquecer alguém 
que apenas nos olhou 

 

José Tolentino de Mendonça



publicado por omeuinstante às 13:00 | link do post

Sexta-feira, 18.11.11

Quietos fazemos as grandes viagens
só a alma connvive com as paragens
estranhas

lembro-me de uma janela
na Travessa da Infância
onde seguindo o rumor dos autocarros
olhei pela primeira vez 
o mundo

não sei se poderás adivinhar
a secreta glória que senti
por esses dias

só mais tarde descobri que
o último apeadeiro de todos
os autocarros
era ainda antes 
do mundo

mas isso foi depois
muito depois
repito.

José Tolentino Mendonça



publicado por omeuinstante às 13:15 | link do post

Quinta-feira, 25.11.10

Os versos

 

Os versos assemelham-se a um corpo

quando cai

ao tentar de escuridão a escuridão

a sua sorte

 

Nenhum poder ordena

em papel de prata essa dança inquieta.

 

José Tolentino Mendonça, Baldios, Assírio & Alvim, 1999, p9



publicado por omeuinstante às 08:00 | link do post

Domingo, 18.07.10

Antes de dar um saltinho à praia da Serra-del-Rei, precavi-me com bóias de salvação.

Apoderei-me de José Tolentino Mendonça. Sem tergiversar.

 

Era alguém pronto a começar qualquer destino

palavra a palavra esquecia

histórias formas a natureza

e assim de novo se dispunha amá-las

com um amor tão grande

tão grande

 

a inocência da flecha que propaga

nos bosques o desconhecido

um corpo face ao extenso perigo

"só tenho medo se ficar por aqui

demasiado perto"

 

a glória, sabes, é uma dor

que por vezes

a doçura esconde

José Tolentino Mendonça, Baldios, Assírio & Alvim ( pág 33)



publicado por omeuinstante às 18:03 | link do post

443245.jpeg
Sem a música, a vida seria um erro. Nietzsche
links
posts recentes

Que coisa são as nuvens

Simone Weil

claridade

Travessa da Infância

Como um Corpo

Demasiado Perto

Junho 2020
Dom
Seg
Ter
Qua
Qui
Sex
Sab

1
2
3
4
5
6

7
8
9
10
11
12
13

14
15
16
17
18
19
20

21
22
23
24
25
26

28
29
30


tags

arte

cinema

david mourão-ferreira

educação

estética

eugénio de andrade

fernando pessoa

filosofia

fragmentos

leituras

literatura

livros

miguel torga

música

noctua

pintura

poesia

política

quotidiano

sophia de mello breyner andresen

todas as tags

arquivos

Junho 2020

Maio 2020

Junho 2019

Junho 2018

Maio 2018

Abril 2018

Março 2018

Janeiro 2018

Outubro 2017

Maio 2017

Abril 2017

Março 2017

Dezembro 2016

Novembro 2016

Junho 2016

Maio 2016

Abril 2016

Março 2016

Fevereiro 2016

Janeiro 2016

Dezembro 2015

Outubro 2015

Setembro 2015

Agosto 2015

Julho 2015

Junho 2015

Março 2015

Fevereiro 2015

Janeiro 2015

Novembro 2014

Outubro 2014

Setembro 2014

Agosto 2014

Julho 2014

Junho 2014

Maio 2014

Abril 2014

Março 2014

Fevereiro 2014

Janeiro 2014

Dezembro 2013

Novembro 2013

Outubro 2013

Setembro 2013

Agosto 2013

Julho 2013

Junho 2013

Maio 2013

Abril 2013

Março 2013

Fevereiro 2013

Janeiro 2013

Dezembro 2012

Novembro 2012

Outubro 2012

Setembro 2012

Agosto 2012

Julho 2012

Junho 2012

Maio 2012

Abril 2012

Março 2012

Fevereiro 2012

Janeiro 2012

Dezembro 2011

Novembro 2011

Outubro 2011

Setembro 2011

Agosto 2011

Julho 2011

Junho 2011

Maio 2011

Abril 2011

Março 2011

Fevereiro 2011

Janeiro 2011

Dezembro 2010

Novembro 2010

Outubro 2010

Setembro 2010

Agosto 2010

Julho 2010

Junho 2010

blogs SAPO