Acabo de ler, no Jl, o artigo de João Lobo Antunes sobre a evolução da Medicina Narrativa. Uma lição. Através duma escrita limpidamente emocional, acedemos à Nova Medicina que tem como centro o olhar sobre a vulnerabilidade humana. Acompanhando a narrativa da doença compreendemos a urgência em ver para lá das aparências e das máscaras dos sintomas.
Um artigo que salienta a necessidade de elevar o diálogo clínico àquela altitude que permite o olhar horizontal, olhos nos olhos, entre o médico e o doente. Da sua experiência cúmplice, retiramos o princípio: quanto mais vulnerável mais humano. Lembrando Camus, Lobo Antunes refere que a virtude da compaixão nasce quando falamos ao Outro com a voz com que falamos a nós própios.
Para contar e ouvir.
sophia de mello breyner andresen