Domingo, 22.07.12

Neste verão escaldante por que passa a escola pública, a voz independente do bispo das Forças Armadas é uma lufada de ar fresco. Salienta, numa entrevista, em 2011, a raíz do mal que assola o país: O problema é civilizacional, porque é ético. De novo, faz afirmações incómodas (Este Governo é profundamente corrupto) mas tão verdadeiras que levam Marcelo Rebelo de Sousa a questinar o método e não a substância. Risível, este Marcelo domingueiro.

Longe vão os tempos em que escutavamos, na Universidade do Porto, de modo atento, a voz rouca e intensa do então professor de Filosofia Medieval.
Obrigada, professor Januário Torgal Ferreira. 



publicado por omeuinstante às 14:10 | link do post

Sexta-feira, 25.05.12

Miguel Torga, pseudónimo do médico Adolfo Correia Rocha, não escolhe por acaso o seu pseudónimo literário. Torga é uma planta transmontana, urze das serranias, com raízes fortes que a fixam às fragas e penedos áridos das montanhas.
A poesia de Torga retrata uma ligação profundamente solitária do Homem à Terra. 

Ler Torga é respirar a memória da terra-berço, e qualquer coisa dentro de mim se acalma...

Poesia-chão, sentida na caligrafia da solidão... 

 

Serra!

e qualquer coisa dentro de mim se acalma...
Qualquer coisa profunda e dolorida,
Traída,
Feita de terra
e alma.

Uma paz de falcão na sua altura
A medir as fronteiras:
Sob a garra dos pés a fraga dura,
E o bicho a picar estrelas verdadeiras...

Miguel Torga, Diário II



publicado por omeuinstante às 21:03 | link do post

Sexta-feira, 20.04.12

Sem a memória, o coração ficaria vazio.


Em qualquer paisagem, em qualquer recinto onde abarcam os olhos, o número de coisas visíveis é praticamente infinito, mas nós só podemos ver, em cada instante, um número muito reduzido delas.
Todo o ver é, pois, olhar; todo o ouvir, um escutar e, em geral, toda a nossa capacidade de conhecer é um foco luminoso, uma lanterna que alguém, posto atrás dela, dirige a um ou outro quadrante do Universo, repondo sobre a imensa e passiva face do cosmos aqui a luz, ali a sombra.

  Adaptado de Ortega y Gasset, Coração e cabeça.



 A Persistência da Memória, Salvador Dali (1931) 



publicado por omeuinstante às 22:10 | link do post

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Sem a música, a vida seria um erro. Nietzsche
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