Montaigne, fidalgo pensador do século XVI, oferece-nos no seu jeito irónico a seguinte passagem:
Quando os Godos saquearam a Grécia, o que salvou as bibliotecas de serem incendiadas foi ter um deles espalhado a ideia de que era preciso deixar intacto aos inimigos o motivo que os afastava dos exercícios militares e os distraía com ocupações sedentárias e ociosas.
Montaigne, Três Ensaios, Passagens, p.29
Montaigne, em A Arte de Discutir, salienta: O acordo é, na discussão, qualidade de todo aborrecida.
(...)
Gosto de discutir e discorrer, mas é com pouca gente e para meu proveito.
Há, ainda, a improbabilidade da comunicação.
Montaigne (1533-1592) - filósofo francês, escreve na sua principal obra Ensaios, I,XX:
Toda a sabedoria e discurso do mundo se resolve, afinal, nisto: ensinar-nos a não temer a morte.
Pergunta de Anaxímenes a Pitágoras, aproximadamente 600 anos a.C, relatada por Montaigne:
Como poderei eu entreter-me com os segredos das estrelas, tendo sempre a morte e a servidão na frente dos meus olhos?
Por isso mesmo.
sophia de mello breyner andresen