Terminada a leitura, e olhando de novo a multidão, reparto um trecho; para aqueles que querem existir.
O homem é corda estendida entre o animal e o Super-homem: uma corda sobre um abismo; perigosa travessia, perigoso caminhar; perigoso olhar para trás, perigoso tremer e parar. O que é de grande valor no homem é ele ser uma ponte e não um fim; o que se pode amar no homem é ele ser uma passagem e um acabamento. Eu só amo aqueles que sabem viver como que se extinguindo, porque são esses que atravessam de um lado para um outro lado. (...)
Amo o que faz da sua virtude a sua tendência e o seu destino, pois assim, por sua virtude, quererá viver ainda e não viver mais. Amo o que não quer ter demasiadas virtudes. Uma virtude é mais virtude do que duas, porque é mais um nó a que se ata o destino.
Nietzsche, Assim Falava Zaratustra
A palavra é a superfície do mar agitado que conflitua nas profundezas.
Nietzsche
A vida é um caminho aberto. A vontade, paixão, criação e alguma loucura, são meios de construção. Lembrei-me de Nietzsche.
Tudo o que é profundo ama a máscara.
Nietzsche
Cada um é o ser mais distante de si próprio.
Nietzsche
Temos a arte para não morrer da verdade.
Nietzsche
Creio que aqueles que mais entendem de felicidade são as borboletas e as bolhas de sabão.
Nietzsche
Já o dissemos, várias vezes, o Homem não se define apenas pela sua racionalidade. Continuamente, procuramos a terra funda dos mitos, remitologizamos o seu sentido para nos adaptarmos ao mundo. Necessidade de uma metafísica inconsciente e sonhadora.
Da leitura de hoje sobrou esta passagem da obra, O Nascimento da Tragédia, de Nietzsche
E, espartilhado por todos os restos do passado, este homem desprovido de mitos permanece eternamente esfomeado, escavando sempre à procura de raízes, nem que para as encontrar tenha de as desenterrar nas mais remotas Antiguidades.
Com ajuda da moralidade do costume e da camisa-de-forças social, o homem foi realmente tornado confiável
Nietzsche
Toda a realidade é uma construção. Continuemos, então, pela linguagem, a procurar a verdade seguindo a proclamação do filósofo alemão Nietzsche, segundo o qual, não há verdade, só interpretações.
As vicissitudes por que passamos não são palradoras e nem sequer poderiam comunicar-se mesmo que quiséssemos, porque lhes falta a palavra. Entramos aí no jogo das coisas para que não temos palavras Em todo o discurso há um grão de desprezo. Parece que a linguagem foi inventada só para as coisas medíocres, medianas, comunicáveis. Com a linguagem quem fala vulgariza-se já. Isto faz parte de uma ética pra surdos-mudos e demais filósofos.
Nietzsche, O Crepúsculo dos ídolos
Escuta-me, porque sou desta e daquela maneira. Sobretudo, não me confundas com o que não sou!
Nietzsche, Ecce Homo, Prefácio
Para Nietzsche, a música é a voz sonora de um povo; é o seu último hálito.
A música é, de facto, não uma linguagem universal para todos os tempos, como se tem dito muitas vezes em seu louvor, mas corresponde exactamente a um período particular e ao ardor duma emoção que envolve uma cultura individual e perfeitamente definida, determinada pelo tempo e pelo espaço, como a sua mais íntima lei.
O tu é mais antigo do que o eu.
Nietzsche
sophia de mello breyner andresen