Quem Poderá Calcular a Órbita da sua Própria Alma?
As pessoas cujo desejo é unicamente a auto-realização, nunca sabem para onde se dirigem. Não podem saber. Numa das acepções da palavra, é obviamente necessário, como o oráculo grego afirmava, conhecermo-nos a nós próprios. É a primeira realização do conhecimento. Mas reconhecer que a alma de um homem é incognoscível é a maior proeza da sabedoria. O derradeiro mistério somos nós próprios. Depois de termos pesado o Sol e medido os passos da Lua e delineado minuciosamente os sete céus, estrela a estrela, restamos ainda nós próprios. Quem poderá calcular a órbita da sua própria alma?
Oscar Wilde, De Profundis
Escolho os meus amigos não pela pele ou outro arquétipo qualquer, mas pela pupila.
Tem que ter brilho questionador e tonalidade inquietante.
Oscar Wilde
Por detrás da alegria e do riso, pode haver uma natureza vulgar, dura e insensível. Mas, por detrás do sofrimento, há sempre sofrimento. Ao contrário do prazer, a dor não tem máscara.
Oscar Wilde
Troquemos de país, e tudo fica no seu lugar.
Pensar é a actividade menos saudável do mundo, e as pessoas morrem disso como de qualquer outra doença. Afortunadamente, em Inglaterra o pensamento não é contagioso. Somos um povo são e de aparência esplêndida, e isso deve-se inteiramente à estupidez nacional.
Oscar Wilde, O declínio da Mentira, Passagens, p.17
Como um Elogio à Cidade
Se a natureza fosse confortável, a arquitectura nunca teria sido inventada (...).
Fora de Portas, tornamo-nos abstractos, impessoais, perdemos inteiramente a individualidade, e então não podemos contar com a natureza para nada: é tão indiferente, tão insensível.
Oscar Wilde, O declínio da Mentira, Passagens, p.17
Adoro as coisas simples. Elas são o último refúgio de um espírito complexo.
Oscar Wilde
Censuro-me por ter permitido que uma amizade não intelectual, uma amizade cujo fim primeiro não foi a criação e contemplação das coisas belas, dominasse inteiramente a minha vida.
Oscar Wilde, De profundis, Relógio D`Agua, Tradução Maria Célia Coutinho, 2001, pp 11
sophia de mello breyner andresen