A cada um a sua máscara.
O próprio Descartes confessou: Larvatus prodeo - Eu caminho mascarado.
A construção da Pessoa pressupõe uma ultrapassagem manifesta do corpo próprio espelhado no tu.
A identidade do eu emerge da consciência reflexiva que o homem tem do mundo e de si, perante o outro. Permanentemente somos um ser no mundo, com o outro, num encontro quotidiano e banal; mas criador.
E sentimos que a falta original resulta da existência primordial do outro, enquanto tu.
E deste estar com, surge o risco do desejo insatisfeito.
Sou eu mesmo, a charada sincopada
Que ninguém da roda decifra nos serões da província.
Sou eu mesmo, que remédio!...
A. Caeiro
sophia de mello breyner andresen