O primeiro grande símbolo do romance A Montanha Mágica: o título, que Thomas Mann retira de O Nascimento da Tragédia.
"Agora a montanha mágica do Olimpo como que se nos abre e mostra as suas raízes. O grego conheceu e sentiu os pavores e horrores da existência: para poder não mais que viver, precisou conceber a resplandecente criatura onírica dos olímpicos.”
A montanha, símbolo da situação do homem perante a morte?
Interpretações... Mas quando Hans Castorp ouve A Tília, uma canção de Schubert, compreende que é a morte que se encontra por detrás de tão notável beleza.
Acabei de ouvir a sentença proferida por Junker: " Os demónios de uma guerra europeia estão apenas a dormir"
Perante tal afirmação, e sob o céu chuvoso e turbulento, reservo a noite à leitura de A Montanha Mágica. Alguns críticos, curiosamente, interpretam o romance como um momento de reflexão sobre o destino da cultura europeia (Europa pré-Segunda Guerra Mundial).
A Montanha Mágica, obra publicada em 1924, é uma narrativa extensa atravessada pelo Tempo e sempre de olhos postos na cultura europeia. A partir das altas montanhas, o Tempo é a figura central desta obra envolvente sobre o ser-se homem na sua totalidade; e a morte como aprendizagem definitiva.
Diz Thomas Mann:
...para a vida há dois caminhos: um é o usual, directo e ajuizado. O outro é mau, ele passa pela morte e este é o caminho genial.
sophia de mello breyner andresen